…na RTP1 – Linha da Frente

Entre a Abundância e a Escassez

|Aos 07:30minutos Ep.9 31 mar. 2022 | temporada 14

Este é o titulo deste episódio do Linha da Frente da Jornalista Mafalda Gameiro, com imagem de João Serra Martins, imagem drone de Carlos Pinota e edição de Paulo Nunes o programa das Quintas-feiras, da RTP1 logo a seguir ao telejornal.

Muito foi dito
Mais ainda ficou por dizer
Este terá sido concerteza, o sentimento comum a todos os intervenientes e, acredito tambem, comum a todos os espectadores, que se interessam por estas matérias.

Por isso retorno ao tema, cumprindo a promessa de o fazer quando a disponibilidade o permitisse.
Este episódio foi emitido um mês depois do início da guerra na Ucrania e antes da guerra em Gaza, por isso reflete já a preocupação com a Quantidade, e não só com a Qualidade.

l – Entre a Abundância e a Escassez – Quantidade:

  • Enquanto um número inademissivel, de pessoas sofre e morre devido a escassez de alimentos, em pleno séc. XXl, o resto do mundo sofre e morre em consequência de excessos e complicações alimentares (Fome / Obesidade…).

ll – Entre a Abundância e a Escassez de Qualidade:

  • Mesmo entre aqueles que têm abundância de alimentos é muito frequente a carência de Nutrientes, devido às más escolhas (consumo de “lixo” alimentar), ou porque até os Alimentos Saudáveis, são eles mesmo carentes de nutrientes, por razões diversas. (processamento /armazenamento/ comercialização).
  • A forçagem da Produção Agrícola, com recurso às diferentes técnicas agronómicas, para responder às exigências dos mercados e dos Consumidores, conduz ao empobrecimento dos solos e contribui para a ausência de nutrientes essenciais e, presença de residuos quimicos indesejáveis, mesmo nos alimentos “saudáveis” (contaminação/intoxicação).

Contribuir para o esclarecimento destes temas complexos e interdiciplinares, é um dos objectivos deste site.
E também deste episódio do Linha da Frente RTP1, cujo ponto de partida são as reflexões e questões da Jornalista Mafalda Gameiro:

“Estar perto do campo e do produtor, não acontece com a frequência que gostariamos. Esta é a mudança central da nossa alimentação.”
Pedro Graça – Dir. Fac. Ciências da Nutrição da Universidade do Porto

“Se continuarmos sem mudar as dietas, sem mudar a forma como exploramos os recursos naturais, existe o rísco de escassez.”
Francisco Sarmento – Ex-Representante da ONU para a Alimentação e Agricultura em Portugal

“Nós estamos a comer mais do que precisamos.”
Ricardo Rio-Tinto – Médico Gastroenterologista – Fundação Champalimaud

“Segundo estudo da Universidade de Aveiro, a alimentação dos Portugueses representa 30% da pegada ecológica Nacional, e portugal é o país que per capita, mais gasta na alimentação e por isso o pior. 70% do que comemos é importado.”

Até que ponto um consumidor que aprenda a olhar para o campo com outros olhos, conseguirá gerir a qualidade e a quantidade daquilo que come?”
Mafalda Gameiro – Jornalista Linha da Frente RTP1

A Agricultura é… ou deveria ser, a arte de prolongar a Natureza…
E dessa forma oferecer as suas dádivas aos Consumidores …
Que deveriam viver o mais perto possivel dessa mesma natureza…
Para dela comerem diretamente … o mais possivel…
Minimizando transportes, armazenamentos, processamentos…
Minimizando desperdício de produtos, de nutrientes, de combustiveis…
Reduzindo a pegada Ecologica, preservando a produtividade dos solos e o Planeta.

É nesta alienação voluntária, egocentrica e caprichosa, que a maioria dos consumidores olha para a secção dos frescos dos supermercados… Imutável… E INSUSTENTÁVEL!!!

Onde não são refletidos os ciclos da Natureza… a época de cada produto… Onde durante Todo o Ano há Tudo, perfeitamente calibrado, uniformizado e cintilante, ao melhor preço…

É Sempre Época de Tudo! Estamos numa sociedade que não quer adiar 6 meses o prazer de comer cada coisa na sua época! A limentação é um extraordinário negócio!
Pedro Graça – Dir.Fac.Ciências da Nutrição da Universidade do Porto

“Não podemos querer Qualidade… Saúde… Preço baixo… tudo e mais alguma coisa…”
Alfredo Sendim – Cooperativa da Herdade do Freixo do Meio – Montemor-o-Novo.

Para manter este modelo de produção/ consumo, intensificar e maximizar a produção, otimizar e uniformizar calibres e cores…
Entra-se nos dominios da Industrialização e da Economia de escala…
Com uma enorme carga financeira e Desrespeito e Sobrecarga nos Ecossistemas…

Deixa-se de trabalhar em Parceria Com a Natureza…
Passa-se a trabalhar Contra a Natureza…

Entra-se numa espiral de aumento de custos de produção, com combustiveis e pesticidas para remediar os desiquilibrios das monoculturas, esgotamento e destruição do solo, da biodiversidade, dos auxiliares naturais, para a polinização e controlo de pragas…

Este é um modelo Insustentável!! Também para os Agricultores!

Se insistirmos em manter este modelo, e este nivel de consumo e desperdicio, a Aparente Abundãncia será para cada vez menos pessoas, e a Escassez será a realidade para uma crescente maioria da população.

O impacto negativo dessa produção, na saúde das Pessoas e do Planeta, será cada vez maior.

Felizmente, há já bons exemplos de modelos de produção que mudarm de paradigma e caminham para um modelo de recuperação dos solos, e uso de fatores de produção amigos do ambiente e da biodiversidade. Existem no mercado produtos “técnicos”, que são bons exemplos de boas soluções, (como a Asfertglobal, apresentada no programa) …

Mas, fazer essa transição tão necessária, é mais um enorme desafio que acrescenta novos ríscos para os agricultores, não só do ponto de vista técnico, mas principalmente, do ponto de vista financeiro, incomportáveis para um setor já sobreendividado.

Os custos desses “novos” fatores de produção e as quebras na produção, na transição e experimentação de novos sistemas, dificilmente são compatíveis com os baixos preços pagos pelas grandes superficies e exigidos pelos consumidores.

Garantidamente, por experiência própria, a qualidade nutritiva e organoletica (sabor), sente-se e comprova-se. Mas, estarão os Consumidores dispostos a:

  • Pagar um bocadinho mais por produtos melhores e mais amigos do ambiente?
  • Sacrificar a quantidade em beneficio da qualidade?
  • Eliminar o desperdicio?
  • Esperar pela época de cada produto, para o desfrutar em plenitude e sem culpas?

Quanto estamos dispostos a pagar por Alimentos mais Saudáveis?
Estará a Alimentação Saudável da nossa Familia, no topo das prioridades de cada um?

“E a saúde não compensa esse investimento?”
Mafalda Gameiro – Jornalista RTP1 – “Linha da Frente”

O Tempo está a Esgotar!
Os problemas graves de saúde, começam em pessoas cada vez mais jovens!

Já Hipócrates (460 a.C. – 377 a.C.) médico grego, considerado o pai da medicina ocidental dizia:
“Que seu remédio seja seu alimento, e que seu alimento seja seu remédio.”

Só os Bons alimentos, consumidos frescos, diretamente da natureza, produzidos num ecossistema equilibrado, conseguem fornecer todos os nutrientes, necessários ao bom funcionamento de cada uma dos 30 biliões células do nosso organismo.
A nossa saúde, depende do equilibrio e bom funcionamento de cada uma delas…

É simples!!! Eu posso ajudar!

Muito há a dizer sobre os valiosos contributos de todos os participantes neste episódio.
Cada uma das participações, encerra realidades, que interressam a todos, mas que é desconhecida e incompreendida pela maioria dos consumidores, havendo por isso a necessidade de as descondensar … o que ficará para outros artigos.

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